O Hamburg Open encerrou neste domingo (29) com a consagração do georgiano Nikoloz Basilashvili como campeão do torneio de simples pela segunda vez. Nas duplas, foram os austríacos Oliver Marach e Jürgen Melzer que levaram o troféu para casa.
Mas crianças e jovens, que não competiam profissionalmente, também tiveram momentos triunfantes dentro do complexo de Rothenbaum, em Hamburgo. E não se trata apenas dos boleiros, encarregados de cuidas das bolas durante as partidas. Quadra exclusiva para crianças, torneio juvenil masculino e feminino e workshop com Judy Murray, foram uma das diferentes ações proporcionadas pela organização do evento. Assim, ela manteve todo mundo interessado, e demonstrou uma grande preocupação com o futuro do esporte.
Mas qual o futuro do tênis?
Já faz alguns anos que os fãs de tênis e também a imprensa se pergunta o que vai acontecer com o esporte quando Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic pararem de jogar. Existem outras estrelas surgindo, como Alexander Zverev e Stefanos Tsitsipas, mas estariam eles à altura de substituir alguns dos melhores tenistas de todos os tempos? Só o tempo dirá. E há todo um trabalho por trás para fazer com que essa nova geração de profissionais continue deixando o tênis atraente para o público.
Mas é preciso também lembrar do público infantil, que no futuro estará jogando. É importante que os pais levarem os filhos para assistir uma partida em eventos internacionais, mas melhor ainda quando eles os levam para jogar perto dos tenistas ‘famosos’. Assim, eles se sentem partes do sistema. E podem se interessar mais em se tornar profissional.
‘Dia das crianças’ é uma parte do processo, mas não a única
Todo grande evento de tênis, seja ele da WTA (Associação de Tênis Feminino), ou da ATP (Associação de Tênis Masculino), tem um dia dedicado às crianças. O “Kids Day” consiste em entrada de graça para os pequenos, algumas atividades lúdicas, e às vezes interação com jogadores locais ou internacionais.
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O ATP 500 de Hamburgo foi além desta programação, ocorrida na segunda-feira (22). Durante todos os dias do torneio, havia uma quadra de saibro exclusiva para as crianças, com professor disponível o tempo todo. O sucesso foi tanto que chegou a ser o principal motivo de um casal comprar ingressos.
“Eu vim pelo meu filho. É claro que eu também quis ver a final, mas o melhor é vê-lo aqui se divertindo”, declarou Victoria Nasco, mãe do Nikita de cinco anos. “No clube onde ele faz aula, sempre jogo com as mesmas ‘três pessoas’. Quem sabe aqui, jogando com ou outras pessoas, ele perca a timidez e queira participar de competições já no ano que vem. ”
Na quadra infantil aprende-se tênis brincando
Muito educadores dizem: é brincando que se aprende. Assim funciona também com o esporte. Por isso, a treinadora Judy Murray, mãe dos tenistas Andy e Jamie Murray, viaja o mundo inteiro tentando aplicar métodos mais lúdicos ao ensino de tênis. E ela esteve fazendo o mesmo durante o Hamburg Open.
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Além de ficar duas horas com as crianças em quadra, ela também passou um tempo conversando com pais e treinadores. “O que eu vejo em muitas escolas é o professor pedindo para criança bater bola do outro lado da rede, e isso é desinteressante(…). Nós precisamos de melhores treinadores e melhores treinos. As crianças têm tantas possibilidades hoje, principalmente com o videogame, que se torna cada vez mais difícil que elas se animem com o nosso esporte. E é isso que eu tento mudar”, explicou Judy.