Governo Bolsonaro autorizou argentinos ilegais no Brasil; Anvisa quer expulsá-los do território nacional

A Anvisa alega desconhecimento do suposto acordo e espera autuar e deportar os jogadores.

Quatro jogadores da delegação da Seleção Argentina, em tese, não poderiam estar no Brasil. De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os atletas em questão omitiram o fato de terem passado pela Inglaterra nos últimos 14 dias. Com isso, para que pudessem adentrar legalmente no território nacional, teriam que passar por um período de quarentena, tendo em vista que a região está na lista vermelha de risco por conta de variantes do coronavírus.

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Ocorre que, nos bastidores, o governo federal, capitaneado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, teria entrado em acordo com a CBF, AFA e Conmebol, entidades que representam, respectivamente, o futebol brasileiro, argentino e sul-americano, a fim de que os argentinos pudessem jogar sem maiores complicações.

Horas antes da partida, a Anvisa emitiu um comunicado público, alertando sobre o perigo sanitário em virtude da presença dos argentinos em território nacional. Além disso, a agência alega desconhecimento do acordo firmado pelo governo federal.

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Aos sete minutos do primeiro tempo, agentes da Anvisa, acompanhados por policiais federais, entraram em campo e decretaram a interrupção da partida. Em seguida, a delegação argentina deixou o gramado e se recolheu nos vestiários.

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Em entrevista concedida para a Rede Globo, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, informou que os argentinos envolvidos na polêmica serão autuados, multados, e, em seguida, expulsos do território brasileiro por intermédio de deportação. “Os quatro jogadores disseram não ter passado por Reino Unido, África do Sul e Índia, mas no passaporte ficou comprovado que passaram no Reino Unido. Só constataram entre ontem à noite e hoje. Chegamos a esse ponto porque tudo aquilo que a Anvisa orientou não foi cumprido”, explicou.

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